O mundo árabe em conflito










  • Mapa mostra os países do norte da África e do Oriente Médio, região que vive uma onda de protestos populares por reformas democráticas e melhores condições econômicas




    • Principais conflitos no mundo árabe

      Egito
      18 dias de protestos derrubaram o então presidente Hosni Mubarak depois de 30 anos no poder. No lugar dele, assumiu uma junta militar que promete ficar apenas seis meses no poder, promover eleições, revogar a atual Constituição e dissolver o Congresso
      Tunísia
      Após 23 anos no governo, o então presidente Zine el-Abidine Bem deixa o poder e refugia-se na Arábia Saudita com a família. É acusado de corrupção e violação de direitos humanos. Um governo de transição assume e promete promover eleições
      Jordânia
      Há 12 anos no poder, o rei Abdullah II mudou a equipe de governo e anunciou reformas. Também adotou a austeridade econômica. A proximidade com a política do governo dos EUA e a ocidentalização do país, entre outras questões, são alvo de reações populares. Nos últimos dias, houve protestos na região
      Iêmen
      O presidente Ali Abdullah Saleh está no poder há mais de três décadas, depois de um golpe militar. O mandato presidencial é de sete anos, mas a cada votação, Saleh tem sido reeleito. Saleh declarou que permanece no cargo até 2013, mesmo assim, milhares de manifestantes querem acelerar a transição
      Líbia
      Muammar Gaddafi está no poder há 41 anos. O clima de tensão é constante no país. A partir de 1970, foram expulsos da Líbia os militares estrangeiros e decretada a nacionalização das empresas, dos bancos e dos recursos petrolíferos do país
      Argélia
      No poder há mais de uma década, o presidente Abdelaziz Bouteflika é acusado de comandar o país de forma autoritária e não democrática. Cultos religiosos não islâmicos são limitados, assim como a ação da imprensa é alvo de proibições

      Depois de três meses, forças da Arábia Saudita deixarão o Bahrein

      Previsão é que os 1,2 mil de soldados sauditas enviados para reprimir protestos contra a elite sunita retornem até semana que vem

      The New York Times | 30/06/2011 08
      A Arábia Saudita vai retirar a maioria de seus 1,2 mil soldados do Bahrein até a próxima semana após uma missão de três meses para sufocar um levante contra a monarquia local.
      O rei Hamad Bin Isa Al Khalifa do Bahrein pediu a ajuda da Arábia Saudita e dos Emirados Árabes Unidos em meados de março para acabar com manifestações contra a elite sunita que rege o país. A maioria da população do Bahrein é xiita.
      A intervenção ressaltou o profundo temor da Arábia Saudita de que haja protestos à sua porta e marcou um passo crucial para o que muitos vEem como uma tentativa do reino de parar a onda de manifestações pró-democracia em todo o mundo árabe.
      A Arábia Saudita, que quase não tolera a dissidência, tem sua própria minoria rebelde xiita na parte oriental do país.
      "Ambas as partes chegaram a uma decisão de que as tropas se retirem agora", disse um oficial do governo saudita, que falou sob condição de anonimato por não estar autorizado a falar publicamente sobre a questão. "As tropas entraram a pedido de autoridades do país para ajudar o povo e o governo do Bahrein, e o reino não precisa mais de ajuda".
      O oficial disse que a Arábia Saudita começou a retirar suas forças nesta semana e que a maioria deixaria o país na segunda-feira. Ele disse que um pequeno número permaneceria no Bahrein, mas ainda não estava claro quantos soldados ficariam para trás. Um oficial do Bahrein confirmou a notícia, mas se recusou a dar mais detalhes.
      Vizinhos
      Inspirados pelos egípcios e tunisianos que derrubaram seus governos autoritários, os xiitas foram às ruas do Bahrein em fevereiro. Eles exigiam mais direitos da monarquia sunita, que dizem que há muito os discrimina em questões como habitação, educação e emprego.
      A revolta foi rapidamente esmagada. Pelo menos 30 manifestantes foram mortos e grupos de direitos humanos acusaram o governo do Bahrein de detenções arbitrárias, torturas e os ataques a manifestantes feridos e pessoal médico.
      O rei do Bahrein impôs a lei marcial em março e convidou as tropas da Arábia Saudita e dos Emirados ao país para ajudar a esmagar os dissidentes e proteger a monarquia. A lei marcial foi revogada neste mês.
      O Bahrein disse que os soldados da Arábia Saudita e dos Emirados entraram no reino sob um pacto de defesa entre os países do Conselho de Cooperação do Golfo, que também inclui Qatar, Kuwait e Omã. O país é estrategicamente importante para os Estados Unidos, porque é onde fica alocada a Quinta Frota americana.
      *Por Nada Bakri